
O Universo da Aprendizagem
Por Sandra Regina Silva, professora de inglês da Hippo Business
É engraçado quando me dizem que o professor se doa demais e deve viver exaurido, esgotado. Quando ouço isso, logo penso que relacionamento é intercâmbio: você leva uma parte de alguém e deixa algo de si, às vezes, pela vida afora.
Imagine quanta gente se lembra de nós ao ouvir aquela palavra ou música, ao falar de certos assuntos ou ver determinada cena. É bom saber que o nosso trabalho de ensino e aprendizado é a ponte a ser atravessada para que o executivo competente ou o universitário brilhante faça cursos ou participe de congressos no exterior! Muitas vezes, esse nosso aluno ou ex-aluno é o único brasileiro entre tantos nativos da língua inglesa e conversa tão bem que chega a ser elogiado por vários deles. A sensação desse resultado é indescritível!
Quanto vale cada momento de conversa, de explicação, de comunhão? São horas, dias, semanas, meses e até anos de crescimento, aprendizado, revisões, aulas, tanto para o aluno quanto para o professor! São histórias e confidências, dores e vitórias compartilhadas! E quem recebeu o maior benefício? Muitas vezes, foi o professor, que estava ali para ouvir e admirar, apoiar, respeitar e amar os semelhantes, cujos pares de olhos e ouvidos se fixam em seus comentários e esclarecimentos, cujo riso é um banho de energia boa e sincera, em especial quando você sabe que seu dia foi difícil, mas está lá porque é importante, porque sabe que deseja ajudá-lo a evoluir.
Nós aceitamos os desafios e juntos lutamos para abrir portas e arejar almas com a brisa do conhecimento. E quanto mais nos empenhamos, mais valioso é o objetivo alcançado! Assim, nos emocionamos quando nosso aluno passa em um teste de certificação difícil ou supera a timidez e adquire autoconfiança ao perceber que expõe claramente suas ideias, ou ainda, é promovido e recebe homenagens, vai morar no exterior porque se comunica bem em outro idioma, realizando o sonho acalentado desde criança.
Eu tenho o costume de chamar esses incríveis profissionais de “meninos”, “meninas”, embora a maioria esteja na casa dos 20 aos 50 anos. Certa vez, pensando nisso, me lembrei da frase que a minha saudosa e querida mãe dizia ao se referir a nós: “Os filhos são sempre crianças, porque amamos e nos preocupamos com eles desde que nascem até quando estão de cabelos brancos”.
Esses jovens e adultos já tão maduros e cheios de responsabilidade, são os nossos “filhos pedagógicos”. Por mais que se tornem independentes e sábios, ainda acreditamos que precisam de nós e temos a tendência a guiá-los, a seguir – mesmo distantes fisicamente – os seus caminhos e sentir o coração pulsando de orgulho, feliz por ver a missão bem cumprida.
Esses são só alguns exemplos e um pouco da minha experiência nessas décadas em que tive o prazer de vislumbrar universos. É fascinante, precioso e especial manter esse cantinho na vida de tanta gente! É isso o que me move e instiga a continuar ensinando e perguntando: O que mais haverá para desvendar?